O guitarrista e ex- KISS Ace Frehley concedeu uma entrevista ao site Ultimate Guitar e além de falar sobre o seu novo álbum solo e seu problema com o álcool, comentou também sobre sua passagem pela banda, incluindo seus atritos com os demais integrantes no passado e o atual relacionamento entre eles.
Leia Mais...‘Anomaly’ mostra que você voltou em ótima forma, você deve estar muito feliz com o resultado...
Frehley: Com certeza, estou realmente muito feliz com o resultado final. Foi uma tarefa de amor pra mim. Talvez eu tenha tido muito tempo para juntar tudo, mas espero que valha a pena ter esperado. Acredito que este álbum será outro marco para a minha carreira. E acredito que todos ficarão muito felizes com ele... bem, espero que fiquem, porque é realmente o melhor que pude fazer neste ponto da minha vida.
Como foi o processo de composição, levando em consideração que para fazer este álbum você levou bastante tempo?
Frehley: A maioria das músicas foram escritas entre 2004 e os dias atuais. Há uma faixa chamada "Sister" que eu escrevi em meados de 1990 e "Foxy & Free" também é outra deste período, porém a maioria foi escrita a partir de 2004.
Você atuou como produtor e o artista neste álbum, foi difícil ser objetivo com o que você estava tentando alcançar?
Frehley: Foi e, se eu tivesse contratado um produtor, e tivesse recuado um pouco, estou certo de que o álbum teria sido finalizado antes. Mas eu não podia abrir mão disso pois esse era meu primeiro álbum de estúdio em vinte anos. Então, eu queria ter certeza de que estava tudo certo mesmo que levasse mais um ano para unir tudo. Mas usei bons engenheiros de som nos quais eu confiava muito em suas respectivas opiniões e eu sempre tocava uma amostra para os meus amigos, familiares e pessoas cujas opiniões eu respeito. Então dessa forma eu recebia um retorno deles.
O álbum foi lançado dia 15 de setembro, que também coincide com o terceiro aniversário de sua sobriedade. Deve certamente haver uma grande diferença de como você se sente agora, pessoalmente e profissionalmente?
Frehley: Sim, agora as manhãs são muito legais sem ressacas. Quando eu era mais jovem eu sempre pensei que precisava de drogas para fazer uma apresentação e ser criativo mas agora quando olho para trás, eu vejo que sou bem mais criativo e focado sem isso. Esta é uma das falácias em que muitos músicos sentem que precisam depender de algo, como uma muleta. Mas uma vez que você supera isso e mentaliza, percebe que você é muito melhor sem isso.
Será que o problema com a bebida surgiu como um resultado das pressões que sentiu por fazer parte de um grupo de rock de sucesso como o KISS?
Frehley: A agenda de shows com o Kiss era realmente tão agitada naquela época e por isso eu precisava de algo para relaxar. Quando eu excursionei ano passado eu estava completamente sóbrio, e foi uma alegria. Quando você começa a beber jovem e passa a depender disso, seu cérebro te diz que você precisa relaxar, você precisa disso para fazer isso ou aquilo, você precisa disso para se apresentar, sim, é somente o seu cérebro te dizendo falácias. Mas ainda é sua vida.
O Gene [Simmons] declarou inúmeras vezes em entrevistas que ao longo dos anos você chegou a não tocar em algumas músicas do Kiss e que a banda na verdade levou algumas vezes para o estúdio músicos para tocarem e gravarem algumas de suas partes...
Frehley: Estou certo de que isso realmente ocorreu pois eu lembro que no álbum "Destroyer" eu gravei um solo para a música "Sweet Pain" mas depois quando ouvi após a mixagem final do álbum, havia outra pessoa [Dick Wagner] fazendo o solo naquela música. Era em um material como aquele em que eles mudariam meus solos sem me dizer, o que provavelmente me levou a deixar a banda.
Outro álbum que aparenta ser uma decepção para você é o "Psycho Circus"...
Frehley: Eu tive realmente de brigar para conseguir colocar uma música naquele álbum. Mesmo que na metade da produção do álbum eles tenham aceitado a música mas, depois ela foi rejeitada e tive de brigar com unhas e dentes apenas para encaixá-la no álbum. E eu apresentei três músicas. Mas havia muita competição entre Gene e Paul, e eu e o Peter.
Você ainda é amigo de algum dos caras do KISS?
Frehley: Eu sou amigo de todos eles. Eu não tenho nenhuma animosidade pessoal. Tivemos ótimos momentos juntos há alguns anos atrás e eles decidiram seguir por um caminho diferente e eu decidi seguir outro caminho diferente, então ficamos quites.
Para finalizar, como você gostaria de ser lembrado?
Frehley: Eu sou o que sou. Nunca fui nada além de uma criança inocente do Bronx que teve sorte o suficiente para estar em uma das maiores bandas de rock do mundo. Estou simplesmente feliz em poder dar alegria às pessoas que ouvem a minha música. Pra mim é tudo rock n roll...
Fonte: Wiplash
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